Português

Dicas-de-Português

Por que, porque, por quê ou porquê?  o uso correto segundo a gramática:

Forma Quando usar Exemplo
Por que No início de uma pergunta Por que você não aceitou o convite?
Por quê Nos finais de frases, junto com o ponto de interrogação. Por quê? Você sabe bem por quê.
Porque Quando corresponder a uma explicação ou a uma causa. “Não, Bentinho; digo isto porque é realmente assim, creio…” (M. Assis, Dom Casmurro). Comprei este sapato porque é mais barato.
Porquê Quando é substantivo. Não sabemos o porquê de ela ter agido assim. É uma menina cheia de porquês.

Mal ou mau

Mal é advérbio, antônimo de bem.
Mau é um adjetivo, antônimo de bom.

Crase

A crase ocorre quando temos que juntar duas vogais iguais em uma frase. Por exemplo, a preposição “a” seguida do artigo “a”, resultará no “a” com crase.

A crase é representada por um traço invertido em cima da vogal (acento grave): à

Por ser formada pelo artigo “a”, a crase só aparecerá antes de palavras femininas.

Uma boa dica para saber se existe crase em uma vogal, é trocar a palavra feminina para uma masculina. Se nessa troca, aparecer “ao(s)”, significa que existe crase.

Exemplo:

Vou à igreja -> Vou ao shopping.

Note que a verbo ir (vou) exige preposição, e igreja é uma palavra feminina. Quando trocada por “shopping”, o “a + a” tornou-se “ao”. Então existe crase.

Nunca existirá crase antes de: palavras masculinas, verbos, entre palavras repetidas (dia-a-dia), antes de artigos indefinidos (um, umas, uns, umas), antes de palavras no plural se o “a” estiver no singular, antes de numeral cardinal (exceto se indicarem hora)

Sempre ocorrerá crase:

Antes de locuções prepositivas, adverbiais e conjuntivas: às vezes, à toa, à esquerda, à noite ..
antes de numeral cardinal indicando hora

Pode ou não ocorrer crase

– Antes de nomes de cidades, lugares, países, etc. Um bom truque para saber se vai crase ou não, é encaixar a palavra em questão na frase:

“Vou a, volto da, crase há! vou a, volto de, crase pra quê?”

 

O uso correto das palavras onde, aonde e donde

Onde- corresponde a em algum lugar (indica permanência)

Aonde – corresponde a algum lugar (indica movimento)

Donde- corresponde a de algum lugar , ao lugar que (em que direção) podendo este último ser separado da preposição: de onde . Por exemplo:
Eu moro em algum lugar: A casa onde moro é confortável.
Eu vou a algum lugar: A cidade aonde vou é belíssima.
Eu venho de algum lugar: A cidade donde vim é belíssima. A cidade de onde vim é belíssima.

 

Uso do hífen com compostos

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.

*Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.

3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.

Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.

* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d’água, pé-d’água.

5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos:
Belo Horizonte – belo-horizontino

Porto Alegre – porto-alegrense

Mato Grosso do Sul – mato-grossense-do-sul

Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-norte

África do Sul – sul-africano

6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia.

Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) – bico de papagaio(deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) – olho de boi (espécie de selo postal).Uso do hífen com prefixos

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.).

Casos gerais

1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano

2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos:
micro-ondas
anti-inflacionário
sub-bibliotecário
inter-regional

3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos:
autoescola
antiaéreo
intermunicipal
supersônico
superinteressante
agroindustrial
aeroespacial
semicírculo

* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:
minissaia
antirracismo
ultrassom
semirreta

Casos particulares

1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos:
sub-região
sub-reitor
sub-regional
sob-roda

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada porm, n e vogal. Exemplos:
circum-murado
circum-navegação
pan-americano

3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra
vice-rei

4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar comr ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:
coobrigação
coedição
coeducar
cofundador
coabitação
coerdeiro
corréu
corresponsável
cosseno

5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos:
preexistente
preelaborar
reescrever
reedição

6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r. Exemplos:
ad-digital
ad-renal
ob-rogar
ab-rogar

Outros casos do uso do hífen

1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos:
(acordo de) não agressão
(isto é um) quase delito

2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h oul. Exemplos:
mal-entendido
mal-estar
mal-humorado
mal-limpo

* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.

3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos:
capim-açu
amoré-guaçu
anajá-mirim

4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos:
ponte Rio-Niterói
eixo Rio-São Paulo

5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:

Na cidade, conta-se que ele foi viajar.

O diretor foi receber os ex-alunos.